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O Oriente Médio vive mais um capítulo explosivo. Israel, dominando o espaço aéreo iraniano, já destruiu instalações em Natanz e outras usinas estratégicas. Mas há um alvo ainda mais sensível: a usina de Fordow, enterrada sob uma montanha e quase impenetrável.
O regime liderado pelo aiatolá Ali Khamenei está expandindo de forma acelerada o seu programa nuclear, e o risco de desenvolvimento de bombas atômicas é uma ameaça que Israel considera existencial.
Fordow: a usina intratável
Localizada perto de Qom, Fordow é uma planta de enriquecimento de urânio profundamente enterrada (cerca de 80–90 m dentro da rocha), altamente protegida contra ataques convencionais
Mesmo com a superioridade aérea israelense, o país não possui armamentos capazes de penetrar esse nível de fortificação — nem com mísseis inteligentes, nem com bombas próprias para destruir bunkers.
A aposta na MOAB americana
É aí que entra a intervenção dos Estados Unidos. A arma em foco é a GBU-43/B Massive Ordnance Air Blast, apelidada de MOAB – “Mother Of All Bombs”.
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Considerada a maior bomba não nuclear já construída pelos EUA .
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Pesa cerca de 9.800 kg (21 600 lb) e é guiada por GPS, com precisão.
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Foi concebida em 2003 para deter Sadam Hussein; sua explosão de teste gerou cogumelo vi´sivel a 32 km de distância .
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Embora nunca tenha sido usada em combate, seu poder destrutivo serve como fator dissuasório estratégico.
Riscos e diplomacia em jogo
O uso de uma arma desse tipo é uma aposta extrema:
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Pode causar contaminação química e radioativa, considerando os subprodutos do urânio, embora os riscos de radiação massiva sejam considerados contidos por estar abaixo do solo.
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Pode acionar uma reação militar em cadeia na região, com retaliação iraniana e escalada militar global.
Até o momento, a Casa Branca está avaliando — sem confirmação de uso. Donald Trump afirmou de forma enigmática que “pode ou não pode fazer” .
Impasse estratégico
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Natanz já foi fortemente atingida por bombardeios aéreos, afetando e inviabilizando a continuidade do programa iraniano naquela unidade.
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Fordow, porém, permanece inalcansável — protegido por dezenas de metros de rocha e concreto reforçado.
O impasse
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Israel busca neutralizar uma ameaça nuclear subterrânea que não consegue atingir sozinho.
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Os EUA podem impor o destino de uma guerra de altíssimo risco — com consequências humanitárias, ambientais e políticas imprevisíveis.
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O mundo observa, apreensivo, enquanto a corda tensiona entre dissuasão e ação.
No meio disso tudo, a realidade é que a MOAB é a bomba pode deter — mas também incendiar o tabuleiro global.

📦 Comparativo Estratégico: Natanz × Fordow × MOAB
Elemento | Natanz | Fordow | MOAB (Mother of All Bombs) |
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📍 Localização | Deserto iraniano, ao norte de Isfahan | Região montanhosa próxima à cidade de Qom | Base Aérea de Eglin, Flórida (EUA) |
🧱 Profundidade | Instalações subterrâneas com proteção reforçada | Enterrada sob 80–90 metros de rocha maciça em uma montanha | Capacidade de penetração em até 60 metros (discutível). |
🔧 Função | Instalação principal de enriquecimento de urânio do Irã | Planta nuclear secundária, operando em segredo e altamente blindada | Bomba aérea de penetração massiva (não nuclear) |
⚔️ Vulnerabilidade | Atingível por ataques aéreos convencionais; já foi alvo de sabotagens e bombardeios | Praticamente inacessível com armamento tradicional; exige bomba de penetração extrema | Ideal para destruir estruturas profundas; guiada por GPS com altíssima precisão |
💥 Impacto esperado | Redução da capacidade imediata do programa nuclear iraniano | Eliminação da “última linha segura” para enriquecimento avançado | Detonação destrutiva em larga escala; efeito psicológico e militar dissuasório |
🧨 Risco colateral | Médio — risco de dispersão de material radioativo é controlável | Alto — risco maior de liberar material nuclear se atingir diretamente o núcleo | Altíssimo — impacto destrutivo massivo; pode gerar instabilidade regional |