Luciano Meira ( * )
Três dias atrás, o Prefeito Guilherme esteve no bairro Cândida Câmara, apresentando seu pacote de obras e celebrando a pavimentação da rua mais larga do bairro. Durante a visita, comentou com os moradores que muitas outras melhorias “estavam por vir”.
No entanto, bastou o Prefeito se afastar para que a construtora responsável pela obra aplicasse uma camada de apenas 3 cm de asfalto em um trecho da rua, surpreendendo a todos pela velocidade do serviço.
Vale registrar que o asfalto original da rua foi feito há 40 anos, durante a administração de Toninho Rebello, e nunca havia sido renovado até então. A base desse asfalto foi de 30 cm efetuado pela Construtora Pavisan.
Para surpresa dos moradores, no dia seguinte, surgiu um vazamento de água no meio da rua recém-asfaltada. O problema foi comunicado aos funcionários da obra, que alegaram que a situação era de responsabilidade da Copasa. Após contato com a empresa, uma equipe de manutenção foi enviada, composta por uma construtora terceirizada, que afirmou ser impossível resolver o vazamento, pois era necessário um aparelho especializado para localizar o cano. Apenas a Copasa teria condições de solucionar o problema.
Passaram-se três dias e nenhuma providência foi tomada. Por isso, levantamos a seguinte questão: quem é o responsável pela reparação do vazamento? A obra de asfalto será danificada para corrigir o problema? A empresa responsável pela pavimentação irá reconstruir o trecho danificado? Ou simplesmente irão ignorar a situação e deixar o tempo passar?
É importante ressaltar que o vazamento, caso não resolvido, pode comprometer a compactação do solo e, em breve, causar o desmoronamento da rua, resultando em uma cratera no local.
O bairro Grande Santo Expedito, que inclui o Bairro Cândida Câmara, começou a ser implantado há 40 anos. Naquela época, a rede de água e esgoto foi construída pela antiga companhia de água e esgoto, a qual sem a previsão do crescimento populacional e do desenvolvimento que o bairro enfrentaria. Atualmente, a tubulação de esgoto está enfrentando sérios problemas de entupimento, principalmente porque as manilhas antigas não estão dando conta da vazão necessária.
Praticamente todos os meses, na confluência entre a Av. Mestra Fininha e a Rua Raul Correia, o esgoto começa a correr a céu aberto devido ao entupimento. A situação só é controlada quando o caminhão da Copasa é enviado para fazer a desobstrução.
A Prefeitura tem ciência desses problemas, mas tenta ignorá-los. A cidade, que antes foi planejada para crescer horizontalmente, agora está passando a se expandir verticalmente. Isso implica que o consumo de água e o volume de esgoto aumentaram significativamente, mas a infraestrutura não foi acompanhada desse crescimento.
É triste observar que a Prefeitura nunca demonstrou interesse em elaborar um projeto para a melhoria das redes de água e esgoto da cidade, especialmente nos bairros mais antigos e populosos. O descaso é evidente, especialmente durante o período de chuvas, quando alagamentos dominam as ruas. Por falta de um sistema de captação das aguas pluviais.
Então, Prefeito Guilherme, quem será o responsável pela reparação do furo no asfalto? Ou será necessário realizar um aditivo no contrato para corrigir a péssima qualidade do serviço que está sendo executado?
Acorda Montes Claros !
( * ) Consultor e Diretor da LD Consultoria