O Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Minas Gerais (CAU/MG) desembarca em Montes Claros no final deste mês com uma programação que conecta profissionais, gestores públicos e estudantes.
O roteiro faz parte do CAU/MG Itinerante. Neste ano, a iniciativa passou em Juiz de Fora, Ipatinga, Governador Valadares, Uberaba e Uberlândia. A próxima parada será no Norte de Minas.
Os eventos ocorrem na Unimontes, entre os dias 26 e 28 de novembro. São agendas diversas e gratuitas com a presença de conselheiros e especialistas em temas relevantes.
Entre os destaques estão a Reunião Plenária do CAU/MG, o evento integrador Interfaces do Patrimônio Cultural, a Oficina Solare e o Seminário sobre Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social (ATHIS).
Atuar com ATHIS é uma oportunidade para arquitetos e urbanistas. O modelo permite transformar a realidade das cidades e promover o direito à moradia digna para famílias de baixa renda.
“Tão importante quanto fornecer habitação de interesse social, é preciso fomentar o acesso ao transporte, saúde e outros serviços públicos. Arquitetos e urbanistas são profissionais aptos a contribuir
à garantia de direitos essenciais, com apoio de engenheiros e outros profissionais”, afirma Cecília Fraga, presidente do CAU/MG.
O CAU/MG mantém ativa a Comissão de Assistência Técnica para Habitação de Interesse Social. O grupo promove ações relacionadas a essa política, fundamentada pela Lei nº 11.888, de 24 de dezembro de 2008.
A lei assegura o direito das famílias de baixa renda à assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social, como parte integrante do direito social à moradia previsto na Constituição.
Recursos disponíveis
O déficit habitacional no Brasil é estimado em mais de 5.9 milhões domicílios, representando 7,6% do total de lares particulares ocupados no Brasil. A Pesquisa do Déficit Habitacional no Brasil, da Fundação João Pinheiro (FJP),
aponta a carência em três frentes. No primeiro nível se enquadram os limites no estoque de moradias, e também àquelas sem condições de serem habitadas, por usarem materiais precários nas paredes externas, como lona e papelão.
A pesquisa, que completou 30 anos, tem papel central na construção de políticas públicas. O diagnóstico está disponível, assim como outros programas habitacionais com orçamentos vultosos.
O FGTS Carta de Crédito, por exemplo, serve à aquisição, construção ou melhoria habitacional e tem cifra disponível de R$ 40 bilhões.
O modelo é acessível a pessoas físicas, associações, cooperativas, com renda até R$ 12 mil, documentação fundiária e projeto licenciado. “Para bons projetos, não faltam recursos. É preciso saber onde procurar,
apresentar propostas de forma técnica. O programa financia o empreendimento, com juros de até 4% ao ano. Desde que um arquiteto e urbanista responda pelo projeto. Tudo deve estar formalizado e com registro
de responsabilidade técnica da obra”, reforça Henriqueta Alves, diretora da Arquitetos Consultores Associados.
Henriqueta será a palestrante do seminário e irá dedicar tempo e atenção a oportunidades para famílias, profissionais e prefeituras que queiram avançar nesse direito constitucional. A palestra está marcada para às 10h do dia 28.
Oficina de software
Outra oportunidade importante é a oficina de softwares livres para o desenvolvimento de projetos em arquitetura. A capacitação será realizada no início da tarde do dia 26 e ministrada pela Solare,
associação ligada à Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA) que tem por objetivo fomentar o uso e o desenvolvimento de softwares livres necessários à prática da arquitetura, urbanismo e engenharia.
Nesses programas livres, o usuário pode executar, copiar, distribuir, estudar, mudar e melhorar o software.
A capacitação tem carga-horária de duas horas e trinta minutos presenciais e traz exemplos práticos com cada uma das ferramentas. Assim, os participantes conhecem os softwares com detalhes técnicos e
exercícios relacionados a projetos de arquitetura e planejamento territorial. “Usamos esses recursos para editar imagens, reformular pranchas, trabalhar em cartografia e geoprocessamento, além de modelagem
com ferramentas BIM. Sem custo, eles permitem agilidade e destreza para entregas em serviços públicos, como prefeituras, e privados, como escritórios de arquitetura”, explica professora Paula Moreira, da Solare.
Haverá projeção da aula em TV e internet gratuita, mas é importante que os interessados levem notebook ou tablet para a oficina na Unimontes.
Acesse o link e faça a inscrição nos eventos
https://www.sympla.com.br/evento/cau-mg-itinerante-norte-de-minas/3194220
