As chuvas torrenciais que atingiram o Rio de Janeiro na noite de quarta-feira (21) provocaram deslizamentos de terra, quedas de árvores e enchentes em diversos bairros da cidade, deixando ao menos três mortos e dezenas de desabrigados. Autoridades decretaram estado de crise e reforçaram alertas para novos temporais.
As consequências das fortes chuvas que caíram sobre o Rio de Janeiro entre a noite de quarta-feira (21) e a madrugada de quinta (22) ainda estão sendo contabilizadas. Até o momento, três mortes foram confirmadas pela Defesa Civil Municipal. As vítimas foram atingidas por deslizamentos de terra nas comunidades do Vidigal e da Rocinha, e por uma árvore que caiu sobre um ônibus em Guaratiba.
A intensidade das precipitações ultrapassou 70 mm em menos de duas horas em algumas regiões da Zona Sul e Oeste da capital fluminense. Bairros como Laranjeiras, Barra da Tijuca, Campo Grande, Santa Cruz e Realengo registraram pontos de alagamento intransitáveis.
A ciclovia Tim Maia, na orla entre São Conrado e Leblon, teve trechos destruídos por ondas e deslizamentos. A estrutura, que já sofreu colapsos em outras ocasiões, foi interditada preventivamente. Técnicos da Geo-Rio e do Corpo de Bombeiros estão no local para avaliar riscos de novos acidentes.
Moradores relatam momentos de desespero. “Foi tudo muito rápido. A terra deslizou e invadiu a casa. Perdemos tudo”, contou Eliane da Silva, moradora da Rocinha. Equipes da Comlurb e da CET-Rio foram mobilizadas durante a madrugada para remoção de entulhos e liberação de vias.
A Prefeitura do Rio decretou estado de crise nível 3, o mais alto na escala de risco hidrometeorológico. Escolas da rede municipal suspenderam as aulas desta quinta-feira. A Marinha do Brasil emitiu alerta de ressaca no litoral até sexta-feira (23), com ondas de até 3 metros.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê continuidade das chuvas até o final de semana, com acumulados que podem ultrapassar 120 mm em 48h. O prefeito Eduardo Paes afirmou em coletiva que “a cidade enfrenta um cenário de emergência climática” e prometeu acelerar obras de contenção de encostas em áreas de risco.
Especialistas apontam que o padrão de eventos extremos está se tornando mais frequente e que a falta de planejamento urbano aumenta a vulnerabilidade das populações periféricas.
(Foto Gabriel Monteiro – Agência O Globo)