Você Abraça a Causa ou Apenas a Usa? A Fina Linha entre Propósito e Oportunismo no Marketing

Ao longo do ano, o calendário se enche de campanhas vitais de conscientização. Na área da saúde, em particular, datas surgem para iluminar doenças sérias e com altas taxas de mortalidade. Pensamos imediatamente no Outubro Rosa, no Setembro Amarelo (focado na prevenção ao suicídio) e no Novembro Azul — exemplos de um movimento essencial que nos lembra da importância inadiável de cuidar da vida.

O que se observa, contudo, é que muitas empresas se limitam a adotar essas campanhas unicamente pela visibilidade da marca, praticando o chamado marketing de oportunidade. Transformam uma questão de vida ou morte em mera pauta de calendário, ignorando a verdadeira Responsabilidade Social Corporativa (RSC).

E, na prática, essa superficialidade não beneficia ninguém.

Não serve à causa, que precisa de apoio concreto e duradouro, nem à marca, pois o público é perspicaz. O consumidor sente quando a participação é forçada, desprovida de envolvimento real ou de um investimento sincero. Estamos lidando com assuntos sérios, com doenças que ceifam vidas todos os dias, e a falta de peso e sensibilidade na abordagem é facilmente detectável.

Acredito, inclusive, que a saúde mental é uma das causas mais urgentes. Sem a mente em equilíbrio, nenhuma outra área da vida ou da saúde funciona plenamente. Mas, independentemente do tema — seja ele oncológico, preventivo ou mental —, o que define o impacto é a forma como tratamos o apoio a essas causas no nosso marketing de causa.

Se vamos nos posicionar em uma campanha, que seja com consciência, responsabilidade e um propósito claro. É fundamental que as empresas — e nós, profissionais de marketing — levemos informação com verdade, cuidado e sensibilidade. Não se trata de fazer por fazer, mas de gerar engajamento autêntico, educar o público, inspirar a mudança e, acima de tudo, abraçar a causa, em vez de apenas usá-la.

Afinal, o foco está sempre nas pessoas. Quando elas estão bem — física, mental e emocionalmente —, tornam-se clientes melhores, mais fiéis e mais felizes, valorizando a autenticidade da marca. O papel das organizações no futuro transcende o faturamento. Ele se consolida na contribuição genuína para o bem-estar social, de forma responsável e ética.

E é bom saber que o público está cada vez mais atento a essa diferença entre o marketing de oportunidade e o propósito genuíno.

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