O Índice de Preços ao Consumidor do Município de Montes Claros (IPC Moc) em janeiro de 2025 foi de 0,61% contra 0,54% em dezembro de 2024. O levantamento é do serviço do índice de Preços ao Consumidor (IPC), do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). O IPC Moc é realizado desde 1982 e objetiva medir a variação de preços de um conjunto fixo de bens e serviços componentes de despesas habituais de famílias de nível de renda entre um e seis salários mínimos mensais.
A professora e economista Vânia Silva Vilas Bôas, coordenadora do IPC Moc, analisa os números. “Historicamente, o mês de janeiro apresenta uma inflação maior porque, além dos preços de produtos alimentares que sempre pressionam a inflação, é um mês que nós temos o pagamento de muitos serviços. Embora esses serviços, aqui na nossa cidade, tenham sido incorporados para o mês de fevereiro, como é o caso do IPVA e do IPTU, nós temos o grupo Educação e Despesas Pessoais que, nesse mês, pressiona a inflação “, destaca Vânia Vilas Bôas.
Grupos do IPC Moc
O Grupo Alimentação, que tem o maior peso na composição do orçamento doméstico, apresentou, em janeiro de 2025, variação positiva de 1,15% e contribuiu com 0,33% para o resultado final do IPC Moc. As principais variações ocorridas foram:
Produtos Industrializados – Variações positivas: café, 7,45%; palmito, 5,45%; óleo de soja, 4,35%; biscoito, 3,88%; vinagre, 3,65%; óleo de girassol, 3,59%; sopão, 3,51%; manteiga, 2,95%; presunto, 2,83%; mostarda, 2,26%; pudim em pó, 2,02%; salsicha lata, 2,00%; molho de pimenta, 1,92% e sal, 1,69%, entre outros.
In natura – Variações negativas: chuchu, -58,72%; tomate, -30,82%; cenoura, -27,31%; abacaxi, -10,44%; melancia, -9,64%; pepino, -9,30%; couve flor, -8,55%; quiabo, -7,00%; melão, -4,85% e vagem, -4,07%, entre outros.
Elaboração Primária – Variações positivas: ovos, 4,32%; carne bovina, 4,18;
carne avícola, 3,18%; pescados; 1,61%; miúdos e vísceras, 1,38%.
Alimentação fora da Residência – Variações positivas: churrasco, 8,80%;
bebidas destiladas, 7,56%; self servisse, 7,37%; moquecas /peixes fritos e grelhados,
7,37%; cervejas/Chopp, 7,14%; sucos, 3,78%; e refrigerantes, 1,37%.
Vânia Vilas Bôas explica que, “dos sete grupos que fazem parte do IPC, o grupo Educação e Despesas Pessoais foi o que teve a maior variação no mês e, consequentemente, maior impacto aqui para o resultado final de nosso índice.” Educação e Despesas Pessoais contribuíram com 0,56%, índice superior ao grupo Alimentação. Segundo a economista, nos últimos nove meses, a Alimentação vinha sendo o índice de maior contribuição para o IPC Moc. “Esse grupo [Educação e Despesas Pessoais], foi pressionado principalmente pelos serviços prestados pelas escolas. Tivemos aí variação superior à inflação do ano, que foi de 4,5% nesses serviços prestados“, enfatiza.
O Grupo Educação e Despesas Pessoais registrou variação positiva de 6,50% e contribuiu com 0,56% para o resultado final do índice. As principais variações apresentadas nos preços de seus produtos foram: Material escolar/Lazer/eventos culturais – Variações positivas: porta lápis, 5,06%; pincel, 2,31%; caderno, 2,08%; grafite, 1,69%; envelope, 1,47%; tinta guache, 1,43%; tesoura, 1,08%. Variações negativas: régua, -6,85%; cartolina, 4,16%; brinquedo, -4,84% e cartolina, -4,16%, entre outros.
Educação/Cursos – Variações positivas: apostilas, 12,36%; mensalidade escolar, 11,14%; cursos profissionalizantes, 10,17% e, livros, 4,91% . Variação negativa: autoescola, -1,60%.
O Grupo Habitação apresentou variação positiva de 0,21% e contribuiu com 0,04% para o resultado final do índice. As principais variações ocorridas foram: Despesas com Moradia: variação positiva: aluguel do imóvel, 1,06%.
Material de Limpeza e Uso Doméstico – Variações positivas: pasta para calçados, 5,60%; escova para roupa, 4,23%; carvão, 3,54%; pano de chão, 3,44%; pilha, 3,42%; cera para assoalho, 3,36% e sabão em barra, 2,46%, entre outros. Variações negativas: rodo, -5,46%; alvejante, -378%; inseticida, amaciante, -2,78%; papel laminado, 2,48%; esponja de aço, -2,46%; cadeado, -1,57% e saco de lixo, -1,26%, entre outros.
O Grupo Saúde e Cuidados Pessoais apresentou variação positiva de 0,49% e contribuiu com 0,04%, para o resultado final do índice. As principais variações ocorridas foram: Assistência Médica e Odontológica – Variação negativa: exames laboratoriais, -1,89%.
Medicamentos – Variações positivas: antiulcerosos, 9,79%; anticoncepcional, 8,35% e fortificante, 3,35%, entre outros.
Higiene Pessoal e Produtos Farmacêuticos – Variações positivas: óleo para cabelo, 11,14%; perfume, 7,84%; cotonete, 5,63%; creme de barbear, 3,86%; absorvente, 3,35% e Band Aid, 3,20%, entre outros. Variações negativas: alicate de unha, -17,43% e suplemento alimentar, -17,35%, entre outros.
O Grupo Artigos de Residência e serviços domésticos,
apresentou variação positiva de 0,09%.
O Grupo Transportes e Comunicação apresentou
variação negativa de -1,17% e contribuiu com – 0,22% para o resultado final do
índice.
O Grupo Vestuário teve variação negativa de –
2,37% e contribuiu com -0,14% para o resultado final do índice.
Cesta Básica
O Setor de índice de Preços ao Consumidor também calcula os preços dos 13 produtos que fazem parte da cesta básica.
Em janeiro de 2025, a cesta básica montes-clarense teve aumento de 4,16%. Esta cesta apresentou aumento de 4,16% no início do ano, tendo custo de R$ 576,64 contra R$ 553,60 do mês anterior. Com o aumento de 7,5% no salário mínimo, o trabalhador local, com renda bruta de R$ 1.518,00, utilizou nada menos que 37,99% de seus ganhos para comprar esses gêneros de primeira necessidade.
Após a aquisição da cesta básica, restaram ao trabalhador R$ 941,36 para as demais despesas como moradia, saúde e higiene, serviços pessoais, lazer, vestuário e transporte. O tempo médio necessário para comprar os itens da cesta básica, em janeiro de 2025, foi de 104 horas e 59 minutos, em oposição a 107 horas e 38 minutos do mês anterior. Os produtos que apresentaram maiores variações para a cesta básica foram tomate, margarina, café, carne bovina e pão de sal.
A alta nos preços dos alimentos que fazem parte do IPC e da Cesta Básica, conforme Vânia Vilas Bôas, resulta da combinação de três fatores: questões climáticas, aumento da demanda e câmbio favorável à exportação que encarece os produtos internamente.