Enquanto boa parte do Brasil aproveitava o Carnaval para descansar, viajar, fazer retiros espirituais, se contrapondo aos que gostam maesmo é de curtir as folias do Rei Momo, a vida na prisão para os condenados pelos atos de 08 de janeiro continuava um suplício.

A Associação dos Familiares e Vítimas de 08 de Janeiro (Asfav) encaminhou mais um dossiê ao Congresso Nacional denunciando violações de direitos humanos contra os presos pelos atos ocorridos em Brasília.

O documento entregue à Câmara dos Deputados reúne 59 ofícios enviados nos últimos dois anos a órgãos do governo e entidades de direitos humanos, a maioria sem resposta.

A Asfav relata tentativas de suicídio, má qualidade da alimentação, fornecimento de água suja, falta de banheiros e ausência de materiais de higiene nas unidades prisionais onde os detentos estão mantidos.

Precariedade nas prisões são confirmadas

Emmanuela Saboya, a defensora pública que acompanha o caso, afirmou que há problemas no atendimento aos presos e que muitos são idosos ou possuem comorbidades.

Segundo ela, além dos idosos, mães com filhos pequenos foram enviadas para presídios femininos, apesar de se declararem inocentes e afirmarem não ter participado dos atos de depredação.

Defensoria confirma tortura

A Defensoria Pública do Distrito Federal recebeu duas denúncias de tortura, que foram encaminhadas à Vara de Execuções Penais para investigação. Os processos correm sob sigilo.

Os documentos entregues pela Asfav estão sendo analisados pelo gabinete do líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS). A proposta é a criação de uma comissão externa para apurar as denúncias.