O Governo de Minas lançou, nesta segunda-feira (2), em Montes Claros, o programa Encontro das Águas, que tem como objetivo enfrentar os impactos da seca e promover o desenvolvimento sustentável no semiárido mineiro. A iniciativa reúne mais de R$ 600 milhões em investimentos, somando esforços entre governo, sociedade civil, poder legislativo e mais de 30 instituições parceiras.
O programa prevê desde ações emergenciais, como o transporte de água potável, até medidas estruturantes, como o incentivo à agricultura familiar, preservação de nascentes e expansão do abastecimento de água e esgotamento sanitário. A proposta é assegurar dignidade, segurança hídrica e geração de renda para comunidades dos vales do Jequitinhonha, Mucuri e do Norte de Minas.
— Queremos que essas ações sejam coordenadas para que se tornem mais efetivas. Quando todos trabalham em conjunto, o resultado chega para quem mais precisa, que é a população afetada pela seca — destacou o governador Romeu Zema durante o lançamento.
Ações integradas
O Encontro das Águas faz parte do Plano Estadual de Enfrentamento à Seca e Estiagem 2025-2031, que articula projetos de curto, médio e longo prazo para reduzir os efeitos da estiagem e aumentar a resiliência das comunidades rurais.
Entre as medidas, está a atuação da Copasa com o programa Universaliza Minas, que visa levar abastecimento de água e tratamento de esgoto para áreas rurais e comunidades de menor densidade populacional. A companhia também reforça a Operação Pipa, que garante água potável para escolas, unidades de saúde e famílias em situação de vulnerabilidade.
— O Universaliza Minas soma esforços junto ao governo para garantir segurança hídrica à população do semiárido. É um orgulho contribuir com essa iniciativa — afirmou o presidente da Copasa, Fernando Passalio.
Outra frente é o Programa Água Doce, que instala sistemas de dessalinização em localidades que dependem de água salobra. Para 2025, estão previstos 33 novos sistemas no estado, com foco nas regiões mais impactadas pela seca.
Incentivo à produção e assistência social
No campo, o programa incentiva a permanência dos jovens na zona rural, por meio da implantação de núcleos agrícolas com infraestrutura e moradias, dentro do Projeto Agrovila. Já o programa Irriga Minas disponibiliza kits de irrigação, fortalecendo a produção e a segurança alimentar das famílias agricultoras.
Também estão previstas ações como a construção de cisternas para captação de água da chuva, preservação de nascentes, educação ambiental, monitoramento da qualidade da água e distribuição de cartões emergenciais e kits de auxílio.
As medidas são complementadas por programas como o SOS Águas, do Serviço Social Autônomo (Servas), e o Percursos Gerais: Trajetória para Autonomia, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social de Minas Gerais (Sedese), que oferecem apoio direto às famílias mais impactadas.
De acordo com o coordenador estadual da Defesa Civil, coronel Paulo Roberto Rezende, a proposta reforça o compromisso do Estado com quem mais sofre com os efeitos da estiagem.
— A seca é cruel e muitas vezes invisível para alguns. Mas não para nós, que estamos mobilizados para transformar essa realidade — afirmou.