Cidade do Vaticano — Papa Francisco morreu nesta segunda-feira, 21 de abril de 2025. A informação foi confirmada pelo porta-voz da Santa Sé. Jorge Mario Bergoglio, de 88 anos, foi eleito Papa em 13 de março de 2013, tornando-se o primeiro pontífice latino-americano e o primeiro jesuíta a ocupar o trono de Pedro. Detalhes sobre a causa da morte e as cerimônias fúnebres ainda não foram divulgados.
Com sua morte, encerra-se um dos pontificados mais marcantes da história recente da Igreja Católica. Em mais de uma década no comando da instituição, Francisco promoveu mudanças profundas que geraram apoio, controvérsias e debates em escala global.
Trajetória de Francisco: do seminário ao trono de Pedro
Jorge Mario Bergoglio ingressou na Companhia de Jesus em 1958, aos 21 anos. Foi ordenado sacerdote em 1969 e, em 1973, assumiu o posto de provincial dos jesuítas na Argentina. Após esse período, atuou como educador e teólogo.
Foi nomeado bispo auxiliar de Buenos Aires em 1992 e tornou-se arcebispo em 1998. Em 2001, foi elevado a cardeal por João Paulo II. Ganhou notoriedade por sua vida austera e proximidade com os pobres. Em 2013, após a renúncia de Bento XVI, foi eleito Papa no segundo dia do conclave, escolhendo o nome Francisco em homenagem a São Francisco de Assis.
Mudanças promovidas por Francisco e as reações que causaram
Durante seu pontificado, Francisco promoveu reformas estruturais e mudanças de postura dentro da Igreja. A seguir, as principais ações e as reações provocadas entre o clero, os fiéis e a sociedade civil:
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Misericórdia como eixo da ação pastoral
O que mudou:
Francisco priorizou o acolhimento em detrimento da punição. Incentivou uma abordagem mais compassiva para temas sensíveis como divórcio, aborto e homossexualidade.
Reações:
- Clero: setores conservadores expressaram receio de enfraquecimento doutrinário.
- Fiéis: muitos se sentiram mais incluídos e ouvidos.
- Mundo: a mudança foi vista como positiva por analistas e instituições progressistas.
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Reforma da Cúria Romana
O que mudou:
Reestruturou os departamentos administrativos do Vaticano, criando o Conselho de Cardeais (C9) e buscando maior transparência e descentralização.
Reações:
- Clero: resistência de membros ligados à antiga hierarquia.
- Fiéis: aprovaram a iniciativa como sinal de renovação.
- Mundo: recebeu apoio de especialistas em governança e anticorrupção.
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Combate aos abusos sexuais
O que mudou:
Endureceu protocolos para casos de abuso sexual dentro da Igreja e afastou membros do alto clero acusados.
Reações:
- Clero: divisões internas; alguns apoiaram, outros se sentiram expostos.
- Fiéis: muitos exigiam ações mais firmes, mas reconheceram avanços.
- Mundo: elogiado por sua postura ativa, mas cobrado por maior celeridade.
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Diálogo inter-religioso
O que mudou:
Promoveu encontros com líderes muçulmanos, judeus e representantes de outras fés, incentivando a convivência e o entendimento entre religiões.
Reações:
- Clero: opiniões divergentes; parte aprovou, outros temeram relativismo.
- Fiéis: apoio entre os mais abertos; críticas de setores tradicionais.
- Mundo: amplamente elogiado como gesto diplomático e humanitário.
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Defesa do meio ambiente — Encíclica Laudato Si’
O que mudou:
Publicou em 2015 a encíclica Laudato Si’, que alerta para a crise climática e conclama governos e cidadãos à responsabilidade ecológica.
Reações:
- Clero: apoio geral, com alguma cautela sobre temas políticos.
- Fiéis: boa recepção, especialmente entre jovens.
- Mundo: considerada um marco no diálogo entre fé e ciência.
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Críticas ao sistema econômico global
O que mudou:
Francisco criticou desigualdades, alertou sobre os perigos da “economia que mata” e pediu uma Igreja voltada aos pobres.
Reações:
- Clero: apoio de teólogos da libertação; críticas de setores mais alinhados ao liberalismo.
- Fiéis: ressonância entre populações vulneráveis.
- Mundo: recebeu atenção da mídia e resistência de grupos empresariais.