Minas Gerais alcançou, em 2024, um marco importante no controle da brucelose ao vacinar 80,3% das bezerras bovinas e bubalinas com idade entre 3 e 8 meses. O índice supera a meta nacional estabelecida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), que exige no mínimo 80% de cobertura vacinal para garantir a sanidade do rebanho. No ano anterior, o estado havia registrado um percentual de 77,5%.
O avanço foi impulsionado por ações estratégicas do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), incluindo intensificação da fiscalização, mutirões em regiões com menores índices de imunização, apoio à regularização de propriedades, mobilização junto a cooperativas e sindicatos rurais, além de campanhas educativas para conscientizar os produtores sobre os riscos da doença e a importância da vacinação e da declaração obrigatória ao instituto.
Diante do desabastecimento temporário de vacinas no mercado, o IMA flexibilizou prazos de vacinação e declaração na primeira etapa, garantindo que os produtores conseguissem cumprir a exigência sanitária.
A brucelose, além de causar prejuízos aos rebanhos, pode ser transmitida aos seres humanos. Em animais, a infecção provoca abortos e impacta diretamente a produção. Para a saúde pública e o mercado agropecuário, o controle da doença é fundamental, evitando riscos à exportação e garantindo a segurança alimentar.
“A superação da meta reflete o empenho dos produtores, das entidades do setor e do IMA, que atua diretamente para manter a sanidade dos rebanhos mineiros. Esse avanço reforça o status sanitário do estado e contribui para o fortalecimento da pecuária em Minas Gerais”, destaca Luciana Oliveira, coordenadora do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT) no estado.
Regiões com maior cobertura vacinal
O Vale do Jequitinhonha liderou a imunização contra a brucelose em Minas, atingindo 92,5% das bezerras vacinadas. Na sequência, aparecem a região Oeste (89,3%) e a Zona da Mata (88,4%).
Entre os municípios com maior número de fêmeas vacináveis e altos índices de imunização, Monte Alegre de Minas se destacou com 19.023 bezerras e cobertura vacinal de 92,6%. Patrocínio (16.270 fêmeas e 84,7%) e Coromandel (15.641 fêmeas e 89,4%), ambos no Triângulo Mineiro, também registraram índices expressivos.
As unidades do IMA que mais vacinaram foram Passos, com 94,4% das bezerras imunizadas – um crescimento de quase 12% em relação a 2023 –, Almenara, que atingiu 92,5%, e Montes Claros, que elevou a cobertura vacinal para 80% em 2024, um aumento de 8,4% em comparação ao ano anterior.
Vacinação obrigatória e atualização de rebanho
A vacinação contra a brucelose em Minas Gerais é obrigatória e ocorre em duas etapas: entre julho e janeiro. A declaração ao IMA deve ser feita em até 10 dias após a imunização. A vacinação de machos e fêmeas gestantes é proibida.
Além da vacinação, os produtores devem atualizar o cadastro dos rebanhos entre 1º de maio e 30 de junho de 2025. A medida permite ao IMA manter um banco de dados confiável para ações de vigilância, controle de doenças e rastreabilidade da produção agropecuária mineira. Durante o período, será necessário informar a quantidade e as espécies de animais presentes nas propriedades, incluindo bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, suínos, equídeos, aves, abelhas e animais aquáticos.